segunda-feira, 30 de maio de 2011

CHUCHU BELEZA!



E já que falei do jardim e da nossa mal sucedida experiência com horticultura, vou falar de uma experiência bem- sucedida.
            Um belo dia (sempre há um belo dia) ganhei de uma pessoa (de quem  não me lembro agora), alguns chuchus. Não daqueles chuchus verde claros e pálidos que a gente compra nos supermercados, mas uns chuchus verde escuros, grandes, com aquele formato característico de pêra e aquela espécie de “boquinha” chupada e sem dentes que todo chuchu tem.
            Entre eles havia dois que estavam com um belo broto saindo da “boquinha”, e eu decidi plantá-los. Até imaginei que seria inútil,  iria acabar não colhendo nada,  na hipótese de virem a crescer; seriam apenas mais um prato para as formigas e as lesmas, mas resolvi tentar. E os plantei, aos pés da nossa mexeriqueira. E me esqueci deles.
            Alguns dias depois, ao passar pelo local, avisto duas longas hastes verdes e brilhantes de juventude, esticando-se do solo em busca de um lugar  alto para se enroscar. Nem acreditei! Mostrei-os para a Bruna, toda emocionada – ela apenas olhou e disse um “que legal” sem nenhum entusiasmo. Minha mãe teve a mesma reação.  Puxa! Que incentivo para uma futura “chuchucultora”, toda orgulhosa de sua produção!  Tudo bem, pensei – meu chuchuzeiro vai crescer, vai subir , se fortalecer e vai produzir, e  todos irão se admirar.
            Pois eis que um deles morreu. Desanimei, "certamente o outro irá pelo mesmo caminho", pensei. Que pena. Mas mesmo assim continuei regando-o e observando-o diariamente.
            Até que acabei me envolvendo com outras atividades, esquecendo dele: sabia que ele estava lá,  desejava que ele produzisse bons e bonitos chuchus. Então, numa tarde de domingo, Lenon e Brenda vieram à nossa casa. Nessa altura, o tronco do chuchuzeiro estava grosso e forte, de um marrom claro acinzentado, e sua ramagem espalhava-se pela mexeriqueira, subia pelo poste de luz e dirigia-se ao frondoso sete-copas da calçada. (Que por sinal está me enlouquecendo, pois está deixando cair as suas folhas, para minha alegria e dos meus vizinhos).
            Bem, mas nesse domingo o Lenon olhou para cima e disse:
            - Ilca, o seu pé de chuchu está carregado de chuchus!
            Olhei logo, ansiosa. E vislumbrei os primeiros frutos (o chuchu é uma hortaliça-fruto) pendendo das ramas. Ah, foi só o tempo de buscar nossa vara de bambu e derrubar logo uma dúzia de belos frutos. Nossa, eu não cabia em mim de alegria! Parecia que eram uma espécie de filhos, ou netinhos queridos. Mostrei para a Bruna, para a minha mãe; já antevia os chuchus refogadinhos no almoço de segunda-feira. Dei vários para a Brenda levar para casa, o Lenon não quis (Odeia chuchus).
Outro dia colhi um tanto para a Lurdinha, outro para a Andréa. Dali em diante ele não parou de produzir chuchus! E já tem um novo pé brotando, aos pés de outra árvore, esticando para cima suas gavinhas em busca de um apoio, verdes e lindas. Suas hortaliças-frutas já seguiram para serem plantadas no sítio do Seu Paulo, na casa da d. Elza... meu chuchuzeiro vai longe! E, se você quer saber mais sobre o chuchu, aí vai uma curiosidade:
O chuchu (Sechium edule) é uma hortaliça-fruto, ou seja, um vegetal da categoria dos frutos; também é conhecido como machucho, caiota (Açores) ou pimpinela (ilha da Madeira). Existe em abundância na ilha da Madeira, principalmente junto aos cursos de água (ribeiras e nascentes). Em países latinos é conhecido como Chayote, enquanto em países de língua inglesa é conhecido por christophene, vegetable pear, mirliton, choko, starprecianté, citrayota, chow chow (India) ou pear squash.
Apesar de ser uma hortaliça, ou seja, poder ser cultivada na horta caseira, é considerada um fruto, tal como o tomate (devido ao fato de suas sementes estarem dentro, resultado da fecundação do óvulo da flor, envolvidas pela parte comestível).
Sua origem é atribuída à América Central em países como Costa Rica e Panamá. Foi registrada pela primeira vez pelo botânico Patrick Browne em 1756. 
 Segundo alguns historiadores, essa hortaliça-fruto já era cultivada no Caribe à época do descobrimento da América. É uma trepadeira herbácea da família das cucurbitáceas.
Era bem conhecida na antiguidade pelos astecas e tinha grande destaque entre as demais hortaliças cultivadas na época, devido ao seu sabor característico e bastante suave, podendo ser consumido durante o ano todo. De fácil digestão, rica em fibras e pobre em calorias, bom para um regime alimentar.
Na Madeira, é conhecida por pepinela ou pimpinela e faz parte da gastronomia local, sendo normalmente cozida com feijão com casca, batatas e maçarocas de milho para acompanhar pratos de peixe, normalmente caldeiradas.
Destaca-se por ser uma fonte de potássio e fornecer vitaminas A e C. O chuchu é uma Cucurbitácea, tal como o pepino, as abóboras, o melão e a melancia.
Do chuchu nada é desperdiçado: podemos consumir as folhas, brotos e raízes da planta, depois de devidamente lavados. Os brotos refogados são ricos em vitaminas B e C e sais minerais como cálcio, fósforo e ferro.  - http://pt.wikipedia.org/wiki/Chuchu
            Se você não gosta de chuchu, não faz mal. Também não sou lá muito fã. Ou antes, não era; porque os frutos da minha trepadeira herbácea da família das cucurbitáceas eu como com muita satisfação! PS: a  foto acima é da  primeira safra, que fiz questão de registrar!



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