segunda-feira, 30 de maio de 2011

DE JARDINS E FLORES




Eu sempre quis ter um jardim maravilhoso, todo florido e frondoso. Mas por mais que eu me esforce e trabalhe no projeto, não adianta: as plantas morrem, as formigas invadem e comem os brotos jovens, as lesmas atacam. O vizinho resolve podar a árvore e mata minha planta mais linda e florida. Roseira, já desisti, por culpa das saúvas. Num dia o pé está lindo, cheio de folhas jovens, no outro... só o galho. As folhas foram-se durante a noite, levadas nas costas das laboriosas formiguinhas. Já tentei fazer uma horta, em uma casa onde morava anteriormente. Minha mãe até hoje se lembra: a cenoura só dava ramas: a raiz era um fiapo. A couve-flor produzia em seu cume uma miniatura de flor muito mirrada. Couve? Crescia e dava lá algumas folhas – avidamente devoradas pelas pragas.  Decididamente, não tenho mão verde. E ando pela rua olhando com uma pontinha de tristeza e de inveja as hortas e os jardins maravilhosos que avisto. Fazer o que? Mas sou brasileira e não desisto nunca! Um dia ainda vou ter um jardim bonito. Mão verde tem a minha mãe. Já tentei convencê-la de plantar algumas flores, mas ela alega que está cansada, que tem dor nas costas e não tem mais tempo nem ânimo para essas coisas. Mas quando eu  era criança, nosso jardim era sempre florido e cheio de borboletas e cores. Uma coisa maravilhosa, fantástica mesmo. Mas, de tanto eu insistir,  plantar – molhar – adubar, meu “jardim” – se é que se pode chamar assim – está com umas folhagens bonitas, vistosas, embora um pouco tímidas.  Nunca irá chegar aos pés do jardim da minha mãe. O que ele menos tem são flores! Tem o jasmineiro que  originou-se de um galhinho do pé de jasmim da falecida d. Olinda  (minha mãe quem plantou, tá? Há muitos anos)  - um outro arbusto que minha mãe chama de camélia (idem plantado por ela há idem anos atrás) e umas poinsétias (bico-de-papagaio) plantadas por mim, umas folhagens que vieram do jardim do Sr. Takao – ele podou e me deu os galhos, plantei e, milagre – elas viveram; ainda há os pobres camarões amarelos, vítimas da queda dos galhos, que tentam corajosamente reviver - o camarão vermelho faleceu, não houve UTI que o salvasse.
            E mais algumas plantinhas não menos importantes e estimadas cujo nome desconheço...  mas, enfim, meu jardinzinho tenta viver, apesar da minha mão podre para plantas.

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