segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Tristeza



Ela estava no caminho das nossas idas para o riacho. Nos dias quentes de dezembro, Meg, Nikita e Átila, nossos fiéis companheiros caninos, iam se refrescar a sua sombra. Quando era tempo de manga,  antes de seguir caminho era obrigatório parar ali e tentar colher as mangas maduras, que eram sempre as mais altas. Alguém achava uma vara para cutucar, outro tentava derrubar mangas jogando pedras e pedaços de pau.  E era uma festa as mangas maduras caindo! E sempre tinha alguém para lembrar que manga bourdon se come com a casca. E era com a casca que a gente ia comendo, descendo para o Rio se deleitando com as frutas doces e saborosas.
E na volta, a mesma coisa: refrescado pela água fria do riozinho, varados de fone - água dá fome, dizíamos -  era sagrada a parada na grande mangueira, pegando mangas, tendo às vezes que disputar as frutas com as vacas que por ali pastavam.
Grande, linda, frondosa mangueira que tanto prazer frutífero nos trouxe.
Mas na vida até mesmo as árvores se vão.  Foram- se Meg, Nikita, Xuxa, foram-se os amigos que o destino separou.
E dia desses quando.oassamos pelo caminho, qual foi nossa tristeza ver que a grande mangueira dos nossos domingos foi cortada. Não só cortada; seu tronco bondoso queimado, reduzido a carvão.
Maldade do homem.
Foi um momento de muita tristeza, muita dor. Não temos sequer uma foto da imponente árvore. Na nossa ingenuidade, achávamos que ela sempre estaria lá. Na verdade ela sempre estará, mas agora somente em nossas lembranças. Porque nossa querida mangueira não existe mais...

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