terça-feira, 22 de julho de 2014

Ontem, nós jantando, a Bruna me fala: "Nossa, me deu uma vontade de comer uma coisa que há muito, muito tempo não comemos." "O quê"? Perguntei. E a resposta dela veio cheia de saudade: "Brotos de bambu!"
E isso me trouxe doces e queridas lembranças: Broto de bambu!
Era só dar uma chuvarada de verão, daquelas de dois dias seguidos, que a gente se animava: Vamos buscar broto? Então a gente combinava para sair de casa no sábado - podia tanto ser pela manhãzinha quanto depois do almoço - vestia uma roupa velha e confortável, pegava mochila, faca, sacolas, chamava os cachorros - que ficavam alvoroçados com a idéia do passeio - e lá íamos nós! Eu, Bruna, Andressa, Lucas, Lenon, Alan, às vezes Caio - uma vez até a Vilma foi com a gente, e o André. Os cachorros, Nikita, Bingo,depois de alguns anos Meg, Átila, Bingo e Xuxa. E descíamos a rua da primeira ponte até um  uma porteira onde depois o solo se abriu numa enorme erosão, e entrávamos pasto adentro até chegar à divisa de uma floresta. Dali seguíamos a trilha que ia terminar num riacho, havia uma cachoeirinha de água gelada, e um pouco antes dela, atravessávamos o riacho e estávamos no bambuzal. Daquele bambu de fazer vara de pesca, fino e alto. O bambuzal era tão denso e tão úmido que a gente suava por todos os lados, ficava um cheirinho de suor nada agradável no ar! Mas para isso havia o rio, íamos nos refrescar nele.
Colhíamos os brotos novos, rosados, com algum as delicadas folhinhas surgindo ao redor. Era uma diversão procurar brotos, íamos nos embrenhando no bambuzal, e só se ouvia "Achei!. Achei mais um" Que prazer divisar os brotinhos saindo da terra com a força e se esticando todos para o céu! Enchíamos a sacola, antes a gente levava para limpar em casa, depois começamos à sentar próximo da margem e limpar lá mesmo. Descascávamos, ficávamos só com o caule novo e suculento. Depois íamos brincar no rio, roubar laranjas do laranjal - a cerca era arrombada, de tanto que o povo passava por ali - chupar laranjas... depois voltávamos enlameados, cansados, mas satisfeitos. Subíamos o declive acentuado da rua resfolegando e falando sobre? Comida!
No outro dia, levantar cedo, ferver várias vezes o broto, preparar um molho com alho, tomate, cebola, temperos - salsinha, cebolinha - ferver até ficar macio... e comer com arroz branco, feijão... hummm, que delícia! Ah, e também tinha a conserva, uma delícia! Saborosa com o arroz e feijão do dia-a-dia. A gente fazia vários vidros, dava prá muito tempo.
Realmente, foi uma boa lembrança da Bruna. Tanto pelo sabor da receita como pelo passeio: era duas vezes agradável!
E deu vontade de voltar àquele lugar um dia, para ver como está. Se bem que da última vez que fomos até lá não havia nenhum... acho que todo mundo descobriu aquele lugar. Que pena!

Nenhum comentário:

Postar um comentário