terça-feira, 22 de julho de 2014



BROTO DE BAMBU
Outra opção do bambu como fonte de renda e emprego é com relação à alimentação a partir de brotos de bambu. Rico em proteína vegetal, fibras, aminoácidos, cálcio, fósforo, vitaminas e capaz de prevenir câncer e doenças cardiovasculares, o bambu é um alimento saudável muito utilizado no oriente.

A maioria das espécies de bambu fornece brotos comestíveis, ricos em proteína, fibras e elementos antioxidantes, os quais em muito se assemelham ao broto de palmito (Bambu de corpo e alma, 2007).
Broto de bambu é saboroso e nutritivo. Segundo analise feita em 18 tipos de bambus, o broto fresco de bambu contém 90% de água, mais de 2,4% de proteína, 17 tipos de aminoácidos que compõe as proteínas, baixa gordura e possui bastante fibra alem de ser rico em elementos minerais. O broto ainda contem elementos de selênio que é importante para evitar doenças e mesmo o câncer, elementos de germaclinium que segundo patente japonesa, pode ativar células humanas.
De acordo com livro “ Nutrition and Therapy”, broto de bambu funciona bem como expectorante, melhora na digestão e diurese. Ele pode ser utilizado na cura de edema e se cozinhado com pepino do mar e aplicado na pele, a torna mais fina macia e radiante (Cultivation&Integrated Utilization on Bamboo in China).

No Oriente, onde culturalmente se consome bambu para alimentação, existe vasto mercado de brotos de bambu onde são transacionados milhares de dólares por ano além de um alto consumo per capta do produto.
Varias espécies podem ser utilizadas para tal fim, mas principalmente tem-se consumido brotos a partir de espécies como D. giganteus, D. asper, D. latifloros e B. oldhami e P. pubescens. Algumas espécies como G. angustifólia e B. vulgaris, não são tão apreciadas, pois produzem colmos muito amargos (Pereira e Beraldo, 2007).
Manejo

Com relação ao manejo, os brotos são colhidos bem novos, com 10 a 15 dias de vida. Quando se colhe um broto, nasce outro em seu lugar e este processo se repete por três meses consecutivos(processo ocorre em bambus entouceirantes). É necessária boa adubação também. Colmos (hastes) de um ou dois anos devem ficar na touceira para as próximas brotações, pois colmos novos alimentam melhor novos brotos. Uma touceira bem adubada e manejada produz em media 20 brotos por ano.
Lei de incentivo

Devido a todas as vantagens citadas acima, a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) aprovou projeto de lei que cria a Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu. O texto (PLC 326/09) institui incentivos ao cultivo e ao desenvolvimento tecnológico da produção de bambu, apontado como rico em proteína vegetal, fibras, aminoácidos, cálcio, fósforo, vitaminas e capaz de prevenir câncer e doenças cardiovasculares. Serve ainda como matéria prima para fabricação de papel e remédios. O projeto também propõe mecanismos para estimular o comércio interno e externo do bambu, além de propor estímulos à produção pela agricultura familiar. A lei está em tramitação na Comissão de Assuntos Econômicos.
Ontem, nós jantando, a Bruna me fala: "Nossa, me deu uma vontade de comer uma coisa que há muito, muito tempo não comemos." "O quê"? Perguntei. E a resposta dela veio cheia de saudade: "Brotos de bambu!"
E isso me trouxe doces e queridas lembranças: Broto de bambu!
Era só dar uma chuvarada de verão, daquelas de dois dias seguidos, que a gente se animava: Vamos buscar broto? Então a gente combinava para sair de casa no sábado - podia tanto ser pela manhãzinha quanto depois do almoço - vestia uma roupa velha e confortável, pegava mochila, faca, sacolas, chamava os cachorros - que ficavam alvoroçados com a idéia do passeio - e lá íamos nós! Eu, Bruna, Andressa, Lucas, Lenon, Alan, às vezes Caio - uma vez até a Vilma foi com a gente, e o André. Os cachorros, Nikita, Bingo,depois de alguns anos Meg, Átila, Bingo e Xuxa. E descíamos a rua da primeira ponte até um  uma porteira onde depois o solo se abriu numa enorme erosão, e entrávamos pasto adentro até chegar à divisa de uma floresta. Dali seguíamos a trilha que ia terminar num riacho, havia uma cachoeirinha de água gelada, e um pouco antes dela, atravessávamos o riacho e estávamos no bambuzal. Daquele bambu de fazer vara de pesca, fino e alto. O bambuzal era tão denso e tão úmido que a gente suava por todos os lados, ficava um cheirinho de suor nada agradável no ar! Mas para isso havia o rio, íamos nos refrescar nele.
Colhíamos os brotos novos, rosados, com algum as delicadas folhinhas surgindo ao redor. Era uma diversão procurar brotos, íamos nos embrenhando no bambuzal, e só se ouvia "Achei!. Achei mais um" Que prazer divisar os brotinhos saindo da terra com a força e se esticando todos para o céu! Enchíamos a sacola, antes a gente levava para limpar em casa, depois começamos à sentar próximo da margem e limpar lá mesmo. Descascávamos, ficávamos só com o caule novo e suculento. Depois íamos brincar no rio, roubar laranjas do laranjal - a cerca era arrombada, de tanto que o povo passava por ali - chupar laranjas... depois voltávamos enlameados, cansados, mas satisfeitos. Subíamos o declive acentuado da rua resfolegando e falando sobre? Comida!
No outro dia, levantar cedo, ferver várias vezes o broto, preparar um molho com alho, tomate, cebola, temperos - salsinha, cebolinha - ferver até ficar macio... e comer com arroz branco, feijão... hummm, que delícia! Ah, e também tinha a conserva, uma delícia! Saborosa com o arroz e feijão do dia-a-dia. A gente fazia vários vidros, dava prá muito tempo.
Realmente, foi uma boa lembrança da Bruna. Tanto pelo sabor da receita como pelo passeio: era duas vezes agradável!
E deu vontade de voltar àquele lugar um dia, para ver como está. Se bem que da última vez que fomos até lá não havia nenhum... acho que todo mundo descobriu aquele lugar. Que pena!