terça-feira, 11 de novembro de 2014

terça-feira, 22 de julho de 2014



BROTO DE BAMBU
Outra opção do bambu como fonte de renda e emprego é com relação à alimentação a partir de brotos de bambu. Rico em proteína vegetal, fibras, aminoácidos, cálcio, fósforo, vitaminas e capaz de prevenir câncer e doenças cardiovasculares, o bambu é um alimento saudável muito utilizado no oriente.

A maioria das espécies de bambu fornece brotos comestíveis, ricos em proteína, fibras e elementos antioxidantes, os quais em muito se assemelham ao broto de palmito (Bambu de corpo e alma, 2007).
Broto de bambu é saboroso e nutritivo. Segundo analise feita em 18 tipos de bambus, o broto fresco de bambu contém 90% de água, mais de 2,4% de proteína, 17 tipos de aminoácidos que compõe as proteínas, baixa gordura e possui bastante fibra alem de ser rico em elementos minerais. O broto ainda contem elementos de selênio que é importante para evitar doenças e mesmo o câncer, elementos de germaclinium que segundo patente japonesa, pode ativar células humanas.
De acordo com livro “ Nutrition and Therapy”, broto de bambu funciona bem como expectorante, melhora na digestão e diurese. Ele pode ser utilizado na cura de edema e se cozinhado com pepino do mar e aplicado na pele, a torna mais fina macia e radiante (Cultivation&Integrated Utilization on Bamboo in China).

No Oriente, onde culturalmente se consome bambu para alimentação, existe vasto mercado de brotos de bambu onde são transacionados milhares de dólares por ano além de um alto consumo per capta do produto.
Varias espécies podem ser utilizadas para tal fim, mas principalmente tem-se consumido brotos a partir de espécies como D. giganteus, D. asper, D. latifloros e B. oldhami e P. pubescens. Algumas espécies como G. angustifólia e B. vulgaris, não são tão apreciadas, pois produzem colmos muito amargos (Pereira e Beraldo, 2007).
Manejo

Com relação ao manejo, os brotos são colhidos bem novos, com 10 a 15 dias de vida. Quando se colhe um broto, nasce outro em seu lugar e este processo se repete por três meses consecutivos(processo ocorre em bambus entouceirantes). É necessária boa adubação também. Colmos (hastes) de um ou dois anos devem ficar na touceira para as próximas brotações, pois colmos novos alimentam melhor novos brotos. Uma touceira bem adubada e manejada produz em media 20 brotos por ano.
Lei de incentivo

Devido a todas as vantagens citadas acima, a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) aprovou projeto de lei que cria a Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu. O texto (PLC 326/09) institui incentivos ao cultivo e ao desenvolvimento tecnológico da produção de bambu, apontado como rico em proteína vegetal, fibras, aminoácidos, cálcio, fósforo, vitaminas e capaz de prevenir câncer e doenças cardiovasculares. Serve ainda como matéria prima para fabricação de papel e remédios. O projeto também propõe mecanismos para estimular o comércio interno e externo do bambu, além de propor estímulos à produção pela agricultura familiar. A lei está em tramitação na Comissão de Assuntos Econômicos.
Ontem, nós jantando, a Bruna me fala: "Nossa, me deu uma vontade de comer uma coisa que há muito, muito tempo não comemos." "O quê"? Perguntei. E a resposta dela veio cheia de saudade: "Brotos de bambu!"
E isso me trouxe doces e queridas lembranças: Broto de bambu!
Era só dar uma chuvarada de verão, daquelas de dois dias seguidos, que a gente se animava: Vamos buscar broto? Então a gente combinava para sair de casa no sábado - podia tanto ser pela manhãzinha quanto depois do almoço - vestia uma roupa velha e confortável, pegava mochila, faca, sacolas, chamava os cachorros - que ficavam alvoroçados com a idéia do passeio - e lá íamos nós! Eu, Bruna, Andressa, Lucas, Lenon, Alan, às vezes Caio - uma vez até a Vilma foi com a gente, e o André. Os cachorros, Nikita, Bingo,depois de alguns anos Meg, Átila, Bingo e Xuxa. E descíamos a rua da primeira ponte até um  uma porteira onde depois o solo se abriu numa enorme erosão, e entrávamos pasto adentro até chegar à divisa de uma floresta. Dali seguíamos a trilha que ia terminar num riacho, havia uma cachoeirinha de água gelada, e um pouco antes dela, atravessávamos o riacho e estávamos no bambuzal. Daquele bambu de fazer vara de pesca, fino e alto. O bambuzal era tão denso e tão úmido que a gente suava por todos os lados, ficava um cheirinho de suor nada agradável no ar! Mas para isso havia o rio, íamos nos refrescar nele.
Colhíamos os brotos novos, rosados, com algum as delicadas folhinhas surgindo ao redor. Era uma diversão procurar brotos, íamos nos embrenhando no bambuzal, e só se ouvia "Achei!. Achei mais um" Que prazer divisar os brotinhos saindo da terra com a força e se esticando todos para o céu! Enchíamos a sacola, antes a gente levava para limpar em casa, depois começamos à sentar próximo da margem e limpar lá mesmo. Descascávamos, ficávamos só com o caule novo e suculento. Depois íamos brincar no rio, roubar laranjas do laranjal - a cerca era arrombada, de tanto que o povo passava por ali - chupar laranjas... depois voltávamos enlameados, cansados, mas satisfeitos. Subíamos o declive acentuado da rua resfolegando e falando sobre? Comida!
No outro dia, levantar cedo, ferver várias vezes o broto, preparar um molho com alho, tomate, cebola, temperos - salsinha, cebolinha - ferver até ficar macio... e comer com arroz branco, feijão... hummm, que delícia! Ah, e também tinha a conserva, uma delícia! Saborosa com o arroz e feijão do dia-a-dia. A gente fazia vários vidros, dava prá muito tempo.
Realmente, foi uma boa lembrança da Bruna. Tanto pelo sabor da receita como pelo passeio: era duas vezes agradável!
E deu vontade de voltar àquele lugar um dia, para ver como está. Se bem que da última vez que fomos até lá não havia nenhum... acho que todo mundo descobriu aquele lugar. Que pena!

quarta-feira, 14 de maio de 2014




O tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Mario Quintana


Corrente de formiguinhas

Caminho de formiguinhas
fiozinho de caminho.
Caminho de lá vai um,
atrás de uma lá vai a outra.
Uma duas argolinhas,
corrente de formiguinhas.

Corrente de formiguinhas,
centenas de pontos pretos,
cabecinhas de alfinete
rezando contas de terço.
Nas costas das formiguinhas
de corentinhas fininhas
Pesam grandes folhas mortas
que oscilam a cada passo.
Nas costas das formiguinhas
que lá vão subindo o morro
igual ao morro da igreja,
folhas mortas são andores
Nesta Procissão dos Passos.

Henriqueta Lisboa


A arte de ser feliz


Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Cecília Meireles


CANÇÃO DE OUTONO

Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o própro coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando áqueles
que não se levantarão...

Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
Cecília Meireles



"A LISTA"

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?


OUTONO

E vem o outono, com as folhas amarelando... O céu ficando muito azul, o sol luminoso, a vida mais tranquila. Outono é pausa, é meditação, é aconchego.
Tempo de varrer as folhas da sete-copas, de despertar a raiva dos vizinhos... Não briguem com minha árvore, é a natureza... é o tempo de se livrar das folhas velhas para nascerem as novas.
É tempo de lembrar quem já se foi e quem está distante, é tempo de sonhar com uma vida melhor.
De esperar o frio do inverno, as flores da primavera e o calor do verão. De tomar chocolate quente nos dias mais frios e vestir roupas leves nos veranicos de outono.

Viver é maravilhoso!