segunda-feira, 12 de setembro de 2011

AMIGA



                        Antes disso, na sexta-feira passada, eu cheguei em casa e minha mãe disse que a Lucimara havia ligado. Retornei a ligação, e ganhei a noite! Ela ligou porque disse que estava sentindo saudades de mim, lembrando dos velhos tempos. Engraçado que ela disse o mesmo que eu: que hoje em dia não tem amigas mais, só colegas. Então pensamos: será que não é culpa da velocidade dos tempos em que vivemos? Internet, e-mails, celular... a gente não pára mais para conversar... não, não é isso... interesses?  Deve ser. Você não é rico, não é influente, não chega pela manhã contando sobre as festas ou reuniões sociais em que esteve, então você não é bem quisto. Ou você não chega fazendo palhaçada e brincando como uma idiota, então você é chata. Não sei dizer. Sei que no tempo em que eu e a Lu trabalhávamos juntas, éramos as melhores amigas que se pode imaginar. Íamos embora juntas falando sobre nossa paixão: livros. Eu contava para ela sobre os livros que ler, e ela me contava sobre suas leituras. Íamos juntas à biblioteca e pegávamos muitos livros,  e os discutíamos...
            A Lu lembrou de uma vez em que fomos comprar sorvete n padaria, e voltamos chupando picolé. De repente o dela acabou, ela olhou o palito e exclamou: “olha! Meu picolé está premiado, vale outro picolé!” – eu acabei o meu, e... não é que estava premiado também? Foi uma coincidência daquelas que acontece uma vez em cada... sei lá em cada número de anos. Mas foi muito legal, nós duas voltamos à padaria e ganhamos um novo picolé cada uma, e fomos embora felizes...
            E inventávamos de escrever histórias, e escrevíamos, e mostrávamos nossas histórias uma para a outra, trocávamos idéias... a Lu chegou a publicar uma história, ou a registrar, nem sei direito. A minha está por aí, um calhamaço de folhas escritas à mão. E eram histórias  alegres, engraçadas. A gente até se inspirava em outros amigos... o caso da América, inspirada na Diane.
            Naquele tempo eu era feliz... havia alegria, sonhos, amizades. Hoje não tenho mais amigos, não tenho mais sonhos. Só a realidade. E a realidade é tão dura!


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