terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Nunca desejei tanto que chegasse um mês. Quando eu era criança, sonhava com o Natal. E o Natal não vinha. Os dias se arrastavam, eu me irritava. Queria a alegria do Natal, as luzes do Natal, os presentes, a árvore de Natal, o cheiro bom da galinha que minha avó preparava. Era um Natal pobre, mas feliz. Havia uma barra de chocolate e um presente para cada um da família. E um jantar com arroz, batatas, galinha. Tudo simples e delicioso.
Hoje espero agoniada um outro dia. O dia em que vou me reencontrar. O dia em que vou viver a minha vida, cuidar de mim e do meu pequeno mundinho. Cansada de tudo, magoada. Espero...
Queria que o tempo voasse.
Dia cinzento

Tem dia em que as coisas começam a dar errado. E você se sente a mais pequena e inferior das criaturas. Tem dia que você começa bem, cheio de alegria, e alguém vem e te desmonta. Me disseram uma vez que o erro é nosso, por deixar que nos desmontem. Mas o que fazer quando se é sensível e se magoa com facilidade?
Pior é a percepção de que essas coisas só acontecem com você. A pessoa que te magoa não magoa seus outros colegas. E ainda te fala: "Eu só posso brincar assim com você, não com eles". Por que? Porque eles dariam o troco na hora, e porque você só fica magoada.
Porque eles são os legais, e não interessa magoá-los. Eles são os legaizinhos, os bons, os dinâmicos, os especiais.
Como você é sem graça, não puxa o saco, não fica paparicando - então você pode ser magoada sem dó.
Triste.
Deixar o tempo passar. Nunca quis tanto que o tempo passasse rápido como agora. Nunca quis tanto que um determinado mês do ano chegasse.
Julho, vem... e passe logo.
TRISTE.